Assumimo-nos orgulhosamente biodinâmicos, biológicos, holísticos e regenerativos.

Monitorizamos o uso da água através dos caudilímetros, rega gerida com sondas de solo, e de uma estação meteorológica própria.

A nossa central fotovoltaica, abastece-nos com energia limpa. Ao longo da propriedade, os diferentes bebedouros, por exemplo, trabalham autonomamente através de painéis solares fotovoltaicos.

A natureza trabalha connosco, se a deixarmos por isso temos abrigos para os animais que favorecem o nosso trabalho agrícola. Por toda a propriedade, há poleiros para aves de rapina e diversos abrigos para pequenas aves e morcegos, com o objetivo de os proteger e monitorizar, uma vez que eles nos ajudam no controlo de pragas.

O nosso rebanho é composto por mais de 1300 ovelhas, que pastoreiam os montados, estrumam o solo e mantêm o equilíbrio do coberto vegetal.

Tanto é espontâneo como semeado, o nosso coberto vegetal, composto por diferentes componentes florísticas. Potencia a fertilidade do solo através da diversidade de microrganismos que estão associados ao complexo radicular do coberto vegetal, além de aumentar a capacidade de drenagem e arejamento natural, o que evita a erosão.

Permitem a livre circulação da biodiversidade em todos os pontos da Tapada de Coelheiros, entre as diferentes culturas. Com as galerias ripícolas (vegetação nas margens das linhas de água), protegem-se as linhas e reforça-se a biodiversidade existente.

Acreditamos que a mobilização convencional destrói a riqueza dos solos. Por isso, optamos por utilizar a sementeira direta, contribuindo assim para a melhoria fertilidade sanidade dos solos e dos nossos prados.

Podemos chamar-lhes mezinhas caseiras, estas que, na Tapada de Coelheiros, não se perderam no tempo. São preparados biodinâmicos, extratos de plantas, chá de fetos que se aplicam na vinha, para replicar nela microrganismos de grande importância.

Os nossos solos são de origem granítica de variadas texturas e com encostas ligeiras. O montado é envolvente, representando 650 dos cerca de 800 hectares de propriedade. O mosaico de culturas é nutrido pela malha de pequenos ribeiros e linhas de água. É ela a fonte de frescura, a que mantém as temperaturas medianas e cria as condições ideais para os ecossistemas paralelos (bosques e bosquetes) que aqui existem.

Menos é mais – e na adega a máxima é levada muito a sério. O foco está no trabalho manual, na qualidade da madeira e no respeito pelo tempo próprio de cada coisa. Numa escala de produção reduzida, fazem-se vinificações de parcela e estágios de garrafa prolongados. Respeita-se a matéria prima, acompanhando-a e conduzindo-a com respeito e ao detalhe, com o mínimo uso da tecnologia. O estágio em madeira leva tempo e requer paciência –e essa dedicação sente-se nos vinhos.

As vinhas, repartidas em 38 talhões, são nove: Leonilde, Choupal, Monte, Alto, Taco, Cabido, Sobreira de Cima, Sobreira de Baixo e Ribeira. Têm em comum entre elas as práticas regenerativas e biológicas. Fora isso, nenhuma é igual a outra, todas elas são singulares. Temos vinhas com quatro décadas e outras com meses de existência. Todos os solos têm como rocha base o granito, e alguns o quartzo. São 53 hectares dispersos, 60% em sequeiro. Privilegiam-se as castas autóctones e as que têm melhores níveis de acidez ou um teor alcoólico mais baixo.

São vários os pomares que habitam a Tapada de Coelheiros, sendo o mais antigo plantado nos anos 90. Em diferentes pomares, produzem-se diferentes variedades de nozes.

São cerca de dois hectares com um solo fértil, com cerca de 60 anos de idade. Com compassos antigos, o olival é tradicional mas fechado e com copas tão largas que se tocam entre si e protegem o solo com as suas amplas áreas de sombra.

São três os núcleos de pinheiros mansos. Destaca-se o Pinhal do Alto, cujo nome reflecte a sua localização na encosta junto à vinha do Alto.

É fonte de inspiração para todas as culturas da propriedade e talvez seja, por isso mesmo, a mais importante de todas. São 650 hectares de sobreiros (70%) e azinheiras (30%) num sistema multidiverso. O montado tem um papel vital na fixação de carbono e cria um sistema praticamente perfeito. No bosque há, diversidade de espécies (que acomoda ovelhas e veados, além de prados espontâneos). Além dos 3 mil novos sobreiros plantados, protegemos a regeneração natural das espécies.